Contato Pele a Pele

 

Além de ser imprescindível na construção do vínculo entre mãe e filho, o contato pele a pele com o bebê desde o seu nascimento é um ato extremamente benéfico, tanto para o recém-nascido como para a mulher. 

 

Prematuro ou não, todo recém-nascido deve ter esse tipo de contato com a mãe imediatamente após o parto, prática que contribui desde o início para a manutenção da amamentação, para a estabilização da temperatura corporal e dos batimentos cardíacos e para o desenvolvimento neurológico.

 

Todos esses aspectos são importantes na adaptação do bebê para a vida extrauterina. Por isso, nesse conteúdo iremos nos aprofundar um pouco mais sobre cada uma dessas vantagens causadas pelo contato pele a pele de uma mãe com o seu filho. 

 

Quer saber mais? Então leia a seguir quais são os 5 benefícios dessa prática. 

O que é o contato pele a pele?

Apesar de parecer com um simples toque físico, o contato pele a pele se trata de uma prática poderosa e fundamental no desenvolvimento saudável do recém-nascido

 

Essa é a principal forma de iniciar o vínculo entre mãe e filho, isso porque, logo após o parto, o bebê já começa a procurar por aquilo que o cuida e o protege, e a mãe deverá ser a sua primeira conexão, permitindo que entenda com clareza suas necessidades. 

 

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) recomenda que o contato pele a pele seja feito imediatamente após o nascimento do bebê, especialmente para bebês prematuros, onde o enfermeiro responsável deverá colocar o recém-nascido em contato direto com a pele da mãe, entre o tórax e o abdômen, sem o uso de lenços, fraldas ou vestimentas. 

 

Como comentamos, esse momento de toque é fundamental para o desenvolvimento desse novo ser, envolvendo seu processo de amamentação, alinhamento dos batimentos cardíacos e temperatura corporal, além de outros aspectos neurológicos. 

Fortalecimento do vínculo mãe e bebê

O vínculo afetivo é a porta de entrada para muitos dos benefícios proporcionados pelo contato pele a pele. E, assim como para todos os mamíferos, para os humanos esse contato é fundamental na construção de uma conexão emocional profunda entre mãe e filho.

 

Esse vínculo é um processo caracterizado pela troca e reciprocidade, onde a mãe oferece cuidado, calor e proteção, e o bebê, ao receber essas sensações, responde de forma instintiva e natural, seja com um sorriso, um olhar atento ou um movimento delicado, gestos que traduzem que o bebê está se sentindo seguro e acolhido.

 

Como uma prática poderosa, o toque materno se torna uma das primeiras experiências sensoriais de conforto e segurança para o bebê, promovendo a liberação de ocitocina, o “hormônio do amor” que, além de fortalecer o apego, ajuda a regular as emoções do bebê, diminuindo o choro e proporcionando uma sensação de calma e bem-estar.

 

Esses momentos íntimos de troca de afeto são fundamentais para o seu desenvolvimento emocional saudável, estabelecendo as bases para relacionamentos seguros e amorosos no futuro.

Regulação da temperatura corporal e dos batimentos cardíacos

A prática do contato pele a pele promove benefícios significativos também na estabilização da temperatura corporal e na regulação dos batimentos cardíacos do bebê.

 

Durante o primeiro contato, o corpo da mãe atua como um regulador natural da temperatura do bebê, que se ajusta automaticamente para aquecer ou resfriar o bebê conforme necessário.

 

Essa troca de calor promove um ambiente ideal, evitando oscilações de temperatura que poderiam causar hipotermia ou superaquecimento

 

Além da estabilização da temperatura, o contato pele a pele ajuda a regular os batimentos cardíacos e a respiração do recém-nascido, pois quando o bebê é colocado no peito da mãe, ele sente o ritmo dos batimentos cardíacos maternos e sua respiração, o que ajuda a sincronizar o próprio ritmo cardíaco e respiratório.

 

Isso não só ajuda a criar um efeito calmante, como ainda reduz o estresse e facilita a transição do bebê para o ambiente externo. Estudos demonstram que essa prática promove uma frequência cardíaca mais estável e uma respiração mais regular, contribuindo para a saúde e desenvolvimento do bebê.

Estimulação da amamentação

O processo de amamentação está profundamente conectado ao vínculo afetivo entre mãe e filho, representando uma conexão imediata e natural desde os primeiros momentos de vida.

 

O contato pele a pele desempenha um papel crucial nesse processo, ajudando o bebê a se sentir acolhido e seguro. Ao sentir o calor do corpo da mãe, o bebê é naturalmente estimulado a buscar o seio, o que facilita o início da amamentação.

 

Além de aumentar as chances de um aleitamento exclusivo e prolongado, com liberação de hormônios que auxiliam na produção e liberação do leite, o contato direto com a pele da mãe permite que o bebê reconheça seu cheiro e toque, estabelecendo uma relação de confiança e conforto. Isso torna o bebê mais tranquilo e seguro, reduzindo o choro e aumentando a frequência e a duração das mamadas.

 

Leia também: Qual a posição correta para amamentar o bebê?

Redução do estresse e ansiedade em mãe e bebê

Como já citamos anteriormente, quando o bebê é colocado diretamente no peito da mãe, o calor e o toque estimulam a liberação de ocitocina, o “hormônio do amor”, que promove sentimentos de calma e segurança.

 

Esse processo, por sua vez, ajuda a reduzir os níveis de cortisol, promovendo um estado de relaxamento tanto para o bebê quanto para a mãe, e os benefícios emocionais e psicológicos desse contato imediato e contínuo são inúmeros.

 

Para o bebê, sentir o cheiro e ouvir os batimentos cardíacos da mãe proporciona uma sensação de familiaridade, reduzindo a ansiedade e o choro. Esse ambiente calmo e acolhedor é crucial para o desenvolvimento emocional saudável, ajudando o bebê a se adaptar ao novo ambiente fora do útero.

 

Para a mãe, o contato pele a pele também promove a redução do estresse, melhora o humor e fortalece a autoconfiança no cuidado do recém-nascido. Além disso, essa prática pode reduzir o risco de depressão pós-parto, criando um círculo virtuoso de bem-estar emocional e psicológico para ambos, incentivando um início de vida mais saudável e conectado.

Apoio ao desenvolvimento neurológico do bebê

O contato pele a pele é um dos primeiros estímulos sensoriais que o recém-nascido experimenta fora do útero, e isso faz toda a diferença.

 

Durante esse momento de proximidade, o cérebro do bebê recebe uma enxurrada de informações novas, como o calor da pele da mãe, o som de sua voz e o ritmo de sua respiração. Cada um desses elementos ativa conexões neurais importantes que ajudam a moldar o cérebro em formação.

 

Mais do que uma troca de calor, o contato pele a pele é uma conversa silenciosa e cheia de significados, ajudando a fortalecer áreas do cérebro responsáveis pela regulação emocional e social, criando uma base mais sólida para o desenvolvimento de habilidades como empatia, comunicação e até aprendizado futuro.

 

Ao sentir-se seguro e acolhido nesse contato, o bebê aprende a confiar no mundo à sua volta, reduzindo o estresse e criando um ambiente propício para o seu desenvolvimento mental.

Conclusão

Em resumo, o contato pele a pele traz múltiplos benefícios para mãe e bebê, incluindo apoio ao desenvolvimento neurológico, fortalecimento do vínculo afetivo, regulação da temperatura corporal, estímulo à amamentação e redução do estresse.

 

Essa prática simples e natural pode fazer uma grande diferença no início da vida do recém-nascido, promovendo saúde e bem-estar de forma integral.

 

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