Nos surpreendemos quando aquele recém-nascido pequenino e indefeso “tão rapidamente” começa a se deslocar sem nossa ajuda. Entre encantamento e cansaço vamos nos surpreendendo com a evolução diária! A percepção do tempo parece ficar alterada e ansiosos queremos saber com quantos meses começam a sentar, a falar, etc …

E é comum ver pais se prendendo aos marcos do desenvolvimento motor. Ficam encantados e super orgulhosos se os bebês começam a andar sem ter engatinhado e, mais grave, fazendo comparações com os outros bebês que encontram. Além disso, adquirem diversas “traquitanas” como jumper ou andadores para impulsionar seu desenvolvimento, também para distraí-los ou para “estimulá-los”.

Ignora-se que esses marcos motores (rolar, rastejar, engatinhar e andar) dependem de um tempo maturativo biológico natural, e que não está, em absoluto, ligado a uma questão valorativa , de ser mais ou menos capaz.

É um equívoco querer comparar uma criança com outra, pior ainda, colocar rótulos (esse é preguiçoso, este é chorão, etc…). Ninguém é melhor do que outro porque andou ou falou mais precocemente. A evolução infantil necessita ser compreendida em todas suas instancias tanto psicomotora, cognitiva, social, emocional e espiritual!

O valor está nas descobertas. Deixando nossos filhos livres, desde bebês, em uma superfície como um tapete de EVA, com algum objeto no seu campo de visão, a uma “distancia justa”, a criança vai experimentar o movimento de seu corpo, da maneira que lhe for possível.

Do rolar ao andar , o bebê precisa de espaço e tempo para alcançar uma bola sozinho sem que lhe entreguem ela na mão. Ai sim virão as conquistas significativas, o encantamento de cada experiência vivida.

O que temos que fazer é oferecer a oportunidade adequada para cada fase que o bebê se encontrar.

O valor está no prazer de se conhecer! Do movimento ao autoconhecimento!

Waleska Gatti Psicóloga e Psicomotricista – Equipe PAEDI

 

Fonte: macetesdemae

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