Assim que a mulher descobre que está grávida, sem dúvida, uma das maiores preocupações é com o momento do parto. Afinal, atualmente, existem diferentes tipos de parto e é preciso que a grávida escolha qual deseja.
A opção deve ser feita com o auxílio do médico, mas, também, considerando os desejos da mulher.
Conheça as principais alternativas e veja dicas para escolher o melhor para você!
Quais são os tipos de parto existentes?
Basicamente existem dois tipos de parto: natural e a cesárea. Contudo, hoje em dia, a mulher tem mais opções e pode escolher entre o parto na água, parto de cócoras, parto humanizado e por aí vai.
Conheça as características de cada um.
Parto normal
Esse é o tipo de parto convencional, quando a mulher entra em trabalho de parto naturalmente, entre a 37ª e a 42ª semana de gravidez.
Geralmente, esse parto é indicado para todas as mulheres. Ele tem início com o rompimento da bolsa e as contrações que, aos poucos, vão se tornando mais fortes, até que haja o nascimento do bebê.
Como o corpo da gestante foi preparado durante 9 meses para esse momento, a recuperação pós-parto costuma ser mais rápida e há menores chances de intervenções no bebê.
Em alguns casos, podem ser usadas anestesias, como a peridural (aplicada sobre a lombar) e a raquidiana (aplicada na medula).
A primeira tem um efeito mais passageiro e pode ser aplicada algumas vezes ao longo do parto. A segunda costuma ser aplicada apenas uma vez pouco antes do nascimento do bebê.
Parto natural
É um tipo de parto normal, contudo, há menores intervenções médicas possíveis. Assim não costumam ser administradas anestesias e nem medicamentos como analgésicos ou para acelerar as contrações.
O método tem como vantagem a redução dos efeitos colaterais tanto para a mãe como para a criança.
Em alguns casos, é possível ter um parto natural em casa, desde que, claro, a grávida seja acompanhada por especialistas, de preferência obstetras. Outra profissional que pode ajudar é a doula, garantindo conforto físico e psíquico não apenas durante o parto, mas em toda a gravidez.
Parto Leboyer
Foi elaborado pelo médico francês Frédérik Leboyer, nos anos 70. Esse método também é conhecido como “parto sem violência”.
O principal objetivo é evitar qualquer tipo de estresse para o recém-nascido. Assim, precisa ser feito em um ambiente que simula o útero materno. Portanto, esse espaço deve ser aquecido e com pouca iluminação.
O pós-parto também tem alguns cuidados que visam facilitar a transição do bebê do útero para o ambiente exterior, como massagens nas costas da criança para estimular os pulmões e a amamentação precoce. O corte do cordão umbilical, contudo, apenas acontece quando ele para de pulsar.
Esse parto pode ser tanto natural, como cesariana ou na água. Mas é importante que a gravidez tenha sido sem riscos.
Parto na água
É um parto mais confortável para a mulher, porque a água favorece a circulação sanguínea, a dilatação do útero e o relaxamento muscular. Tudo isso ajuda na redução das dores e aumenta a sensação de bem-estar.
Para o bebê, o parto na água também é vantajoso, já que é menos traumático, porque há pouca luz e barulho, simulando as condições do útero.
Porém, para fazer esse parto, a gravidez deve ter transcorrido sem riscos e é preciso que ele seja feito junto de uma equipe médica. A água precisa estar em uma temperatura próxima aos 36ºC para melhorar o conforto do bebê.
Parto de cócoras
É a posição que mais favorece o parto, por isso ele acontece de maneira rápida. Afinal, como a grávida está agachada, a gravidade faz o seu papel, ajudando o bebê a sair com mais facilidade. Também pode ser conhecido como “parto vertical”.
Ele acontece da mesma forma que o parto natural, podendo ser feito sem anestesia. Porém, para conseguir parir dessa maneira, a mulher precisa estar com 10 cm de dilatação, o bebê deve estar com a cabeça para baixo e não pode pesar mais de 4kg.
Também é importante que a gestante tenha um bom condicionamento físico, para conseguir ficar na posição e tenha tido uma gestação saudável.
Cesárea
A cesárea é indicada apenas quando o parto normal não for possível. Para retirar a criança, o médico faz um corte na mulher. Ela é uma operação e, por isso, expõe a grávida e o bebê a diferentes riscos inerentes de uma cirurgia.
Em geral, a cesárea é a opção mais segura quando:
- o bebê está enrolado no cordão umbilical;
- o bebê está sentado;
- a mãe tem algum problema de saúde que possa ser agravado com o parto normal;
- existem hemorragias no final da gravidez;
- há diabetes gestacional;
- ocorre o deslocamento da placenta;
- a gestação é de múltiplos;
- a mamãe está com a pressão arterial muito elevada;
- houve ruptura prematura da bolsa;
- a mãe está em trabalho de parto prolongado.
São muitos os riscos que a cesariana pode trazer, como infecções, trombose, hemorragia, endometriose e acretismo placentário (quando a placenta gruda no útero). Além disso, esse tipo de parto dificulta o vínculo inicial entre mãe e bebê e atrapalha a descida do leite.
A recuperação também costuma ser mais demorada e dolorida
Parto com fórceps
O parto com fórceps deve ser a última opção do médico, somente quando há dificuldade extrema em retirar o bebê e quando ele está em momentos de sofrimento.
Além disso, o obstetra também pode optar por esse tipo de parto quando há exaustão extrema da mãe ou caso ela tenha condições que possam ser agravadas com o esforço, como cardiopatias, tumores cerebrais, aneurismas, pneumopatias, entre outros.
O uso do fórceps pode trazer muitos riscos para a mãe e o bebê. A mulher, por exemplo, têm risco aumentado de sofrer de incontinência urinária e traumatismo vaginal ou perineal.
Já o bebê pode sofrer com hematomas na cabeça.
Parto e cesárea humanizados
O parto humanizado é um tipo de procedimento no qual deve prevalecer o respeito à gestante.
Assim, as mulheres têm mais autonomia para escolherem onde querem ter o bebê, quem fará o acompanhamento, a posição, se deverá ser usado anestesia, como será a iluminação do local, etc.
Todo o procedimento, no entanto, continua sendo acompanhado por um obstetra.
Assim como o parto normal, também existe a cesárea humanizada. Nela, a mamãe precisa aceitar a necessidade da cirurgia e o ambiente cirúrgico deve ser deixado o mais confortável possível.
Além disso, o bebê é colocado junto da mãe assim que nasce e o cordão umbilical só é cortado depois que para de pulsar.
Qual tipo de parto é menos doloroso?
Muitas mulheres ainda têm receio de optar pelo parto normal por causa da dor. Mas é possível utilizar anestesia a qualquer momento, amenizando o sofrimento da gestante.
O principal benefício do parto normal é a recuperação, que é bem mais rápida e sem tantos inconvenientes. Além disso, quando comparado à cesárea, os riscos são menores.
Até alcançar o útero para retirar o bebê, por exemplo, o médico precisa cortar sete camadas de tecido, entre pele, tecido muscular e peritônio, o que significa uma recuperação muito mais longa, cuidadosa e até dolorosa.
No parto normal, a mulher recebe alta em torno de 24 horas após o nascimento do bebê, já na cesariana, a paciente fica internada de 2 a 3 dias depois do procedimento.
Embora seja possível fazer caminhadas leves em 15 dias após a cesariana, atividades de maior esforço (como subir escadas ou retomar a atividade sexual) precisam esperar em torno de 1 mês.
Como definir o tipo de parto?
A escolha do tipo de parto é da mulher junto do obstetra, entendendo a situação da gestante, do bebê e da própria gravidez em si.
Caso a mulher seja hipertensa, tenha problemas ósseos, na pélvis ou nos rins ou esteja enfrentando alguma dificuldade, a cesárea pode ser a melhor escolha (e também a mais segura), evitando complicações para a mãe e para o bebê, como pouca oxigenação ou sequelas.
Nos demais casos, em que a gestação está correndo sem problemas e a mãe e o bebê estão sadios, é possível escolher entre os diferentes tipos de parto. De qualquer forma, sempre opte pelo parto humanizado (seja ele natural ou cesárea).
Afinal, o processo de nascimento do bebê é um dos momentos mais marcantes e importantes na vida de muitas mulheres e é essencial que você tenha autonomia para definir como deseja que ele ocorra, quem estará ao seu lado, a posição que você se sinta mais confortável e até se deseja ouvir música, por exemplo.
Gostou de conhecer mais sobre os diferentes tipos de parto? Aproveite e confira nosso conteúdo sobre puerpério, entendendo as etapas e o tempo de duração!